Brasília
 
Nas linhas planejadas de Brasília
orientei e desorientei meu coração
agreste e vermelho qual a bela terra
de onde brotam as árvores retorcidas
de folhas e flores redivivas do cerrado.
 
Rastejei no chão como lagarto calango
e alado percorri a urbe de arte voando,
de uma asa a outra, de norte a sul,
com a cabeça de ponta
e de ponta cabeça.
 
Aprendi com mestres
de academias e quadras,
de bibliotecas e botequins;
senti o gosto da morte
e o som dos serafins.
 
Conheci Brasília para além da Praça dos Três Poderes,
vi os esfarrapados do Eixo Monumental,
compreendi-a além do bem e do mal,
e por isso, depois de tudo,
nunca mais fui igual.
 
Março/MMXV
 
Fábio Amaro
Enviado por Fábio Amaro em 16/06/2015
Código do texto: T5278665
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