LEMBRANÇAS
(Sócrates Di Lima)
Reencontrei-te nas minhas lembranças,
Estavas lá, escondida, quietinha,
Esperando o momento com segurança,
Para renascer, reviver aquela historinha.
Lá, estava numa tarde qualquer,
Sozinha e perdida na tua solidão.,
Eu cheguei como quem nada quer,
E graciosamente te abri meu coração.
Eu me apaixonei sem querer,
Nem mesmo poderia imaginar.,
Que surgiste de um devaneio qualquer,
E chegaste ao momento em que eu precisava amar.
Foram dias de encanto, momentos gratificantes,
Harmonia entre minha alma e coração.,
Que fizeram meu corpo tremer em desejos alucinantes,
Os quais estão gravados na minha melhor ilusão.
Os dias se passaram e eu não senti correspondência,
O teu amor não existia, apenas impactos de aparência.,
Que se tornaram talvez uma simplória exigência,
Para compensar uma amizade sem qualquer conseqüência.
E neste vai e vem de pensamentos,
Eu não pude segurar o meu desejo.,
De ter o teu corpo inteiro em meus momentos,
De ter da tua boca o teu mais doce beijo.
Mas o tempo é imutável,
O que tem que acontecer, tem que ser.,
Se o teu amor não me era palpável,
Jamais este amor eu poderia viver.
E o tempo passou me resta experimentar esta dor,
É o meu calvário, minha sina bandida.,
Por não sentir cada dia no meu indelével sabor,
O teu amor, tua cumplicidade tão prometida.
Agora distante estás de o meu triste olhar,
E não quero que faça nada por mim.,
Se quando me tinhas, não se deixou me amar,
Então, fica onde estás, vai ser melhor assim.
Eu bem sei, não há esperança alguma,
Conforto-me com as lembranças que tenho.,
Posso vivê-las normalmente, uma a uma,
E tenha certeza, deste amor eu não desdenho.
Lembranças, momentos alegres e tristonhos,
em vagões de um trem cheio de fases das nossas vidas,
passando pela estação dos nossos sonhos,
Sempre mostrando nossas vindas e idas.