Eu
Cantar a minha terra
Como te guarda o meu saudoso olhar!
Sozinho, à noite,
Nas ruas desertas da velha Macau.
À luz dos nossos olhos,
Revive na memória
Tempos áureos de uma cidade
Que se perpetuou para sempre
Na nossa vida, no nosso sangue e nosso coração,
Habitando com alegria e dor
Uma saudade da nossa infância e adolescência
Vivida nessa terra abençoada por Deus
Que não volta mais.
Mas guardo com muito apreço
As imagens que nunca deve morrer
Dentro de nosso ser.
Terra onde nasci
Como um bom poeta deve fazer
Não tenho rimas precisas
Mas tenho aquele vislumbre
Aquela coisa de respirar fundo junto ao rio
Sim, rio sujo ou limpo
Mas eu amo a maré
Eu amo a maresia
O mangue
Os caranguejos,
Eu amo os búzios,
Eu amos os peixes,
Eu amo Macau.