O POMBO DA JANELA
O POMBO DA JANELA
Ali estava ele.
Chegou timidamente, sem avisar.
Pela janela de vidro, ficou a observar,
Aquelas pessoas de bom grado a recitar.
Não durou muito e logo se fez avistar.
Roubou a cena, que não era pequena.
O belo cenário do pássaro a pousar
Na janela de vidro para encantar
O pombo seria poeteiro?
Pombo correio?
Ou fugiria do aperreio?
O dia estava quente, a praça cheia de gente
Mesmo com o sol reluzente
Ficar na praça, só se fosse demente
Cheio de fé, pensou em tomar um café
O nobre poeta bem que tentou
E o bico quase estilhaçou
O vidro da janela que o acomodou
Mal sabia ele que naquele dia
Nada se perderia tudo se acharia
Naquele sábado de manhã
Cheio de poetas naquela cafeteria
De café sem hortelã.