VIROU MANIA
Sinto o cheiro de primavera
Passando por mim!
Escuto o canto da infância
Nos jardins que me rodeiam.
Mergulho no frescor
Da fonte da juventude,
Purifico-me na tentação
Dos seus pecados.
Queria tanto poder voltar
Ao meu primeiro estágio
Mas, o tempo é implacável,
E me joga na cara
Suas pragmáticas mudanças.
Aos poucos a transfiguração
Vai se completando
E, as lembranças,
Vão ficando pelos caminhos.
São retalhos de uma era
Que percorri pelos atalhos
Das estradas do coração.
Encontro-me perdido
Numa esquina
Qualquer da vida;
Imagem que se tornou virtual
Aos olhos da mocidade,
Que se propaga no infinito
Mundo das recordações
Que virou mania.