VERRUGAS
Ela ensinou-me a olhar para o céu
E na sua imensidão a admirar
A lua, as nuvens e as estrelas
E em minha memória, como contê-las
E sempre alertando engraçadamente
" Não conte as estrelas; não as conte
Pois cada uma pode virar verruga
Em seus dedos, nas mãos e em sua fronte"
Obediente ainda, eu só olhava e admirava
Tudo no céu, sempre feliz no que ali via
Hoje, ela ainda é a minha estrela guia
Enquanto eu, teimosamente conto estrelas
E, desobediente, fico a ver rugas
Em meus dedos, nas mãos e na fronte
Mas vejo brilhar sempre no infinito
Aquela que foi, é e será sempre a minha mãe.
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Salvador-BA, 06/05/2015.