Dezembro a abril...
Quase tudo em redor
resume-se
a branco e cinza.
Aqui e ali
uma vela
(que o vento
pouco leva)...
O mar cor de prata
e pouco encrespado
parece refletir-se
ao olhar-se
no espelho do céu...
As gotículas
friazinhas
aos milhares
quase enregelam
e embranquecem
toda a atmosfera
,
até entre nós
,
apenas aquecidos
por aquelas
doses de branquinha,
de mão em mão.
Assim era a Praia Grande
--para nós--
de fim de dezembro a abril...
...e ainda o é,
nestes versos
respingados de memória
traspassando-me como
sílabas úmidas...
A brisa
um pouquinho mais ligeira
perpassa
o próprio pensamento.
E o tira-gosto
é a bruma um tanto
translúcida,
quase transparência
no todo embaçado
deste panorama...