Cinema.

Eu ia ao cinema para ver os filmes
Com minha família
E, uma vez vi homem-aranha e dormi...
Passava no mercado
Corria direto pras fileiras de bonecos!
Depois eu escolhia algumas porcarias
Escolhia os carrinhos
E via tudo muito claro.
Queria ser um conquistador:
Uma conspiração do destino.
Eu gostava muito de gibis
Sempre tive uns trocentos
Achava um sarro...
Quando fui fazer o meu primeiro documento
Eu me senti gente pela primeira vez!
Eu, que não conhecia aquela espécie de sonho
Sonhei muito sem nunca ter sido infeliz.
Eu assistia ao noticiário
E nunca me indignava com nada...
Quando ameaçava chover
Eu amava o cheiro de terra molhada.
Os banhos de chuva e o futebol.
Cores, sol forte, fantasia e cerol.
Tudo isso foi preciso
Foi um tempo muito agradável!
O tempo que minha mãe fazia o almoço
E eu tava era nem aí
Pro sujeito alienável...
Assistia Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco
Sempre me prendia à tv como um legítimo maníaco
Gostava da tarde porque nela
Eu podia brincar e estava livre.
Mas o incrível, é que eu lembro dessa fase como se fosse
Outra vida.
Uma outra vida
Que já não se vive...

 
Holofote Cerebral
Enviado por Holofote Cerebral em 28/03/2015
Reeditado em 25/04/2015
Código do texto: T5186796
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