ATRAVÉS DA VIDRAÇA
Observei-te nítida pela vidraça
Alta segura imóvel e com graça
Olhos sós e preparados para o vazio
Afagaram sonhos breves e desafios
Muitas incertezas entraram no cio
Fui um passageiro louco e com frio
Que percorreu ileso essa madrugada
Senti na minha carne a longa espera
Afagada por angústias e pela quimera
Como uma esperança abençoada e sã
Nunca pensei nela como a tristeza vã
Mas como abraço certo e consagrado
Naquela só vidraça do nosso quadro