Delírios

Por entre as obscuras trevas do viver

Busco a luz premente de ti, amor incauto.

Para que luxo derramado,

se em mim a poeira – lixo que persiste –

[é holocausto?

Odeio a latência do amor distante

Numa fé mística de ceticismo

A invadir meu sólido e mole coração.

Quero tratar, mas não posso,

Desigualmente os iguais.

Deus, por clemência,

Ouça meus ais!

Não permita que o frio calor deste instante

Leve-me como a um navegante

Para mares nunca dantes povoados.

Que meu coração aguado morra,

Mas pelo calor;

Não embebido em mares ardentes, revoltos,

[longe do que sinto.

Sei que a vida é um labirinto,

emaranhado de conflitos

Que nos apavora, deixa-nos aflitos.

Lembrou-me uma estória...

Parece-me que da Mitologia;

Novelos, lã – que pele macia...

Sinto que deliro,

tenho refugos da memória.

Fortaleza-Ce, 12 de setembro de 1999.

14h28min

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