do mais fundo
há um furacão dentro de mim
rompendo os limites do imaginável
destroçando os estratagemas
que a vida nos doa como aprendizado
para conhecer as trilhas das mariposas migratórias
ao santuário íntimo da verdade
uma acolhida inefável aos sentimentos idos
que incógnitos manifestam-se na tez rubra
e nos pensamentos vagantes das descobertas
(...)
sem notar fui engavetando as histórias
que agora eu libero para os pássaros conhecerem
compartilhando algo nosso
como quando se bebe do mesmo copo
e descobre-se segredos
testemunho do dilema de usar o tecido
da cor da lembrança
ou mesmo reescrever as garatujas
escritas sobre o cardíaco
tatuadas pelo agridoce das retinas
que me consomem dia e noite
como um a-mar de ondas revoltas
onde adocicadas tempestades
fazem brotar gerânios entre os espinhos
a aura das coisas boas que vivemos
impregnadas de perfume francês
é um mudo convite para o amanhã e depois