O Simples Imperdoável
“A Guerra é um Inferno” o ouvi gritar
Salvem-se quem puder, é inevitável
A Morte carregou o homem, não há como lutar!
Aceite, assim que acaba, destino simples e Imperdoável
Ruídos em meus ouvidos são tiros?
Abaixe a cabeça, abaixe-se ai mesmo
Esqueço de tudo, sem razão, sem otimismo
Sente-se e espera! Saia da luz
Bombas explodem, bombas caem bem ali
“Suba homem, saia daqui”
Amigos se perdem e inimigos nos acham
“Corram para a luta, poucos se salvam”
“Guerra é um Inferno” ele berrou outra vez
Todos eram novos, corpos abalados
“Todos se foram, só restaram vocês”
Impiedosa arma ”mate, matem...”
Deus, Criador Divino, me escute!
Livrai-me da morte, livrai meus irmãos
Homem de Guerra, eu lhe suplico
Meu destino entrego em tuas mãos
“Homem de pouca fé”
“Levante-se perante o inimigo...”
“Cabeças erguidas, preparados, fiquem em pé”
Homem, mate ou morrerá
Versos jogados aos ventos
Todos choram sob lembranças passadas
“Estive La, matei a mim mesmo...”
“... em todos os momentos”
O que estou fazendo, o que estou fazendo?
Braços cansados, não creio no que estou vendo!
“Eu o matei, bem em minha frente;”
Sangue voando, morte de outro homem...
“Esta agora, esta imagem em minha mente!”
“Tenha piedade, tenha piedade”
Morte correrá, morte sobrevive em si
Coração perturbado, partido ao meio...
... De um lado ódio, de outro, saudade
O Diabo bate a sua porta
“Está tudo certo, julgai-me o culpado”
Desejaria minha amada aqui, ao meu lado...
“Desejaria te ver amor, lhe ter de volta”
Caído sobre todos, sou só mais um
Um dia lembrado...
Um dia enterrado...
Mortos estão sem sentimento algum
Um dia o rapaz amável...
Outro dia, o homem Imperdoável!