Gato escaldado

Tenho medo da sua água fria

sua armadilha me escaldou

Feito um gato no monturo à revelia

Temo o banho, o suador!

A coleira de couro cru um dia se arrebenta

E o cárcere de um felino não é pra toda a vida

Minha lembrança tá que não se aguenta

Lembro sempre de sua quente água. E aquela ferida

Jogastes seu bule ebulindo em meu dorso

tirastes meu couro de duas cores

Não imaginava um pesado tronco grosso

Seu mundéu virou seu mundo de dissabores

Beba! Tome! Seu doce virou veneno

Saboreie! Gente assim nunca se manca

Atice! Seu tacho está de novo fervendo

Mas dessa vez vai lavar sua própria anca

Uelton Nogueira
Enviado por Uelton Nogueira em 23/02/2015
Código do texto: T5147506
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