Gato escaldado
Tenho medo da sua água fria
sua armadilha me escaldou
Feito um gato no monturo à revelia
Temo o banho, o suador!
A coleira de couro cru um dia se arrebenta
E o cárcere de um felino não é pra toda a vida
Minha lembrança tá que não se aguenta
Lembro sempre de sua quente água. E aquela ferida
Jogastes seu bule ebulindo em meu dorso
tirastes meu couro de duas cores
Não imaginava um pesado tronco grosso
Seu mundéu virou seu mundo de dissabores
Beba! Tome! Seu doce virou veneno
Saboreie! Gente assim nunca se manca
Atice! Seu tacho está de novo fervendo
Mas dessa vez vai lavar sua própria anca