Noite

A noite segue urdindo sentimentos,

Fraturando lamentos e remendando lembranças quebradas pelo esquecimento

As refez na minha memoria, me deixou atônito de pensamentos.

Palavras lançadas não voltam, são monumentos de momento.

Eu, oceano pugnaz, aguas bélicas jorradas dos olhos meus de sal

Queimando aos poucos, o bom de um sentido, de um sentimento

Eu, causador de maremotos atrozes na planície do nosso sentimento

Terremotos truculentos na linha da nossa vivencia

Eu, catástrofes de mim mesmo, corroendo aos poucos nosso ideal

Fim.

Findou, cessou... restou-me a culpa, o remorso, de poder ter sido melhor

Não fui.

Ser indomável, ser eu.

Ficou.

Lembranças e duvidas, afogadas, apagadas pela agua salgada dos meus olhos

Tinta que boia na superfície configurando imagens apagadas

Reacendendo o fogo que não pode mais queimar

Recomeçando o começo que não vai mais começar

E findando o fim que já finalizou

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 18/02/2015
Código do texto: T5141292
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