Noite
A noite segue urdindo sentimentos,
Fraturando lamentos e remendando lembranças quebradas pelo esquecimento
As refez na minha memoria, me deixou atônito de pensamentos.
Palavras lançadas não voltam, são monumentos de momento.
Eu, oceano pugnaz, aguas bélicas jorradas dos olhos meus de sal
Queimando aos poucos, o bom de um sentido, de um sentimento
Eu, causador de maremotos atrozes na planície do nosso sentimento
Terremotos truculentos na linha da nossa vivencia
Eu, catástrofes de mim mesmo, corroendo aos poucos nosso ideal
Fim.
Findou, cessou... restou-me a culpa, o remorso, de poder ter sido melhor
Não fui.
Ser indomável, ser eu.
Ficou.
Lembranças e duvidas, afogadas, apagadas pela agua salgada dos meus olhos
Tinta que boia na superfície configurando imagens apagadas
Reacendendo o fogo que não pode mais queimar
Recomeçando o começo que não vai mais começar
E findando o fim que já finalizou