PERDER ERA INACEITÁVEL
Uma pipa de papel
Adentra ao céu...
E se vai no véu das nuvens
Rebolando, rebolando
E o menino empinando
Sorridente, descontraído
Numa tarde de domingo
Com a linha e o seu cerol.
De repente outro menino
Bem esperto e franzino
Lança a sua arraia para o céu
Que de vento em popa
Alcança a outra pipa
Que no encontro fica
Uma bonita disputa:
Mas o menino que empinava a pipa
Conseguiu ser o vencedor
Cortando na boca de chave
Aquela linda arraia que
Voando em declínio ao chão
Tranquilamente se precipitou.
Para alegria da garotada
Que corriam atrás pelas calçadas
Em passadas largas, descompassadas
Sem atentar para o perigo:
Naquele instante só queriam brincar
De levantar pipa, periquito, arraia
Em pleno sol escaldante do verão
Misturavam o suor na disputa
E nunca pensavam em perderem
Ganhar era a palavra chave de todos
E parecia nunca terminar aquela
Disposição de brincar,brincar, até cansar de arraia, periquito, pipa, empinar e na disputa só ganhar, ganhar!...
José Antonio S. da Cruz