TALVEZ

Crianças brincam na pracinha,
Pega-pega, amarelinha,
Algumas, cantam, emanam ternura,
Cantigas que evolam... ganham altura,
Um quadro que deveria me alegrar,
Mas, que bobagem,
Estranhamente, me entristeço, nublo a imagem,
Talvez, envolvido por um passado inocente,
Um menino que tinha um olhar resplendente,
Talvez, por ter perdido essa lúdica inocência,
A poética transcendência,
A essência do universo imaginário,
Estranhamente, em meio a tanta harmonia,
Um tom melancólico desafina o meu dia,
Sinto-me profundamente solitário.