LEMBRAÇAS DE MEUS POUCOS VINTE ANOS
Eu me alembro com tristeza,
amargurado quase chorando,
da minha instância querida,
nas terras de Santo Antônio.
Ainda muito jovem,
com meus poucos vinte anos,
pelo regato cavalgando,
em meu cavalo branco,
de contente ia cantando.!
Lá no alto da colina,
como quem me vigiando,
a lua prateada,
o caminho prateando.
Meu pai muito alegre,
minha mãe sempre sonhando,
ansiosa com o neto,
os minutos ia contando.
A esposa como uma flor,
no jardim desabrochando,
enfeitava minha vida
sorridente pelos cantos,
carregava em seu ventre,
o filhinho que ia chegando.
Em noite de lua cheia,
a instância toda iluminada,
a criança veio ao mundo.
Como beleza de céu claro,
cintilado de estrelas,
nosso mundo iluminando.!
Meu filho tão querido,
aos pouco ia crescendo
e alegria nos foi dando.
Vivia sempre brincando
e correndo pelos cantos.
Mas, por infausto destino,
a vida muda em um segundo.
De certo a vontade divina...,
não é igual a dos humanos.
Em dia de tardinha,
já quase escurecendo,
proseava com meu pai,
na varanda descansando.
Cafezinho sobre a mesa,
com alegria ia tomando.
Uma coruja agoureira,
no escuro passou voando,
quando ouvir terrível estrondo,
da minha arma disparando.!
Desesperado saí correndo,
para Deus ia rezando,
proteja meu filho querido...,
de desse momento tirano!
O inocente brincava com a arma,
escondido em um canto,
a arma disparou, uaí...
com meus sonhos acabando.!
Em meus braços, o menino
com dificuldade respirando.
Os olhinhos ainda aberto...
por um instante me olhando.
Hoje vivo amargurado,
chorando a todo instante,
só me alembro com tristeza
das terras de Santo Antônio.
Lá no alto da colina
clareando o regato,
a mesma lua prateada
dos meus poucos vinte anos,
iluminando a cruzinha...,
esquecida sobre túmulo.