Terrícola
Na trilha da rua que seco, levemente danificada por meu passo.
Carrego a areia do tempo e o espaço dos meus sapatos.
Sendo assim, caminho tanto tempo, me detendo a contar a jornada.
Me alimentando de olhos desesperados,
e um deles me observa mais que a mim.
Porém, tivesse eu um caminho esperado onde ninguém me visse passar.
Quisera eu me igualar as ruas em todas as estações esperadas e possuídas por um deus – que não possuo.
Quisera eu contar as voltas que pensei do lugar que saí. E reaver os ponteiros do tempo que me acompanha, num suspiro, num alívio de me ater em pleno inverno hoje; Quisera eu me igualar.
Corto o vento seco da tarde na esquina onde paro, e permaneço inerte ao tempo andado.
Minhas mãos fechadas em declive, igualmente cortadas pelo frio.
O tempo é muito frio.
E tenho muito o que caminhar até em casa,
E tenho muito o que caminhar até chegar.