Tardes de chuva
Não tem graça tarde sem chuva.
A água escorrendo no vidro,
Desenhando traços de cristais.
A janela pelo hálito embaçada
Uma nuvem desenhada, mal traçada.
As gotas molhando o chão,
Subindo um cheiro de terra molhada.
À tardinha, comendo bolinhos de chuva.
Não tem graça bolinhos sem chuva.
Fazer bolas de lama de várias formas,
Formas de nave, formas disformes.
Marcá-las nos muros vizinhos.
Pelo prazer de vê-las grudadas,
Como se estivessem coladas,
Guardadas pra sempre na lembrança.
Desenham rostos estranhos,
Que tentamos decifrá-los.
Pisar em poças...
Ver subir gotas brilhantes.
Bailando um bailado fascinante,
Que molham corpos e faces.
A chuva nos atrai...
Atrai crianças...distrai amantes...