Tardes de chuva

Não tem graça tarde sem chuva.

A água escorrendo no vidro,

Desenhando traços de cristais.

A janela pelo hálito embaçada

Uma nuvem desenhada, mal traçada.

As gotas molhando o chão,

Subindo um cheiro de terra molhada.

À tardinha, comendo bolinhos de chuva.

Não tem graça bolinhos sem chuva.

Fazer bolas de lama de várias formas,

Formas de nave, formas disformes.

Marcá-las nos muros vizinhos.

Pelo prazer de vê-las grudadas,

Como se estivessem coladas,

Guardadas pra sempre na lembrança.

Desenham rostos estranhos,

Que tentamos decifrá-los.

Pisar em poças...

Ver subir gotas brilhantes.

Bailando um bailado fascinante,

Que molham corpos e faces.

A chuva nos atrai...

Atrai crianças...distrai amantes...

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 01/06/2007
Código do texto: T510188
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