NO QUINTAL DA MINHA INFÂNCIA
Que saudades tenho do meu quintal,
O quintal da minha querida infância,
Em que eu brincava com a liberdade
Dos animais e da natureza, sem leis
Nem regras, aberrações deste tempo.
Tempo desajustado da pura realidade,
Em que já não há quintais, só grades,
Em q' os homens vivem aprisionados,
Sem aspirações, apenas comandados,
Por centuriões de soldados imperiais.
Soldados imperiais de elites viciadas
Por privilégios e abundância ilegais,
Conquistadas à revelia dos homens
Que produziram a riqueza com suor,
Tanto sacrifício, trabalho e muita dor.
Dor que se tornou insensível de tanto
Doer, passou a ser uma dor dormente,
Fazendo parte hoje de muito boa gente,
Que ainda luta para tentar sobreviver,
A vida sem esperança, de enlouquecer.
Ruy Serrano - 10.01.2015, às 22:40 H