Distante de Mim

A vida que se forma quando os olhos se abrem...

Estendendo-se no longíquo horizonte,

Como um sopro de desejo,

Que leva meu paladar para longe de mim,

Por invejar minhas sensações,

E com elas dar cor ao seu mundo...

E de tão longe veio para buscar tais sentidos,

Para apenas uma vez sentir o sabor de uvas,

O aroma dos campos molhados pela chuva,

Ver as cores que formam esse conjunto tão lindo!

Mas não pode sentir minhas mãos,

Não tem a cobiçada sensibilidade...

Agora já não quer abrir seus olhos,

Nem beijar com seus lábios as sensações que tanto quis,

Apenas imaginar num sonho,

O amanhecer dentro de seus pensamentos...

Mas que nada são, apenas miragens.

Num último momento fugiu de mim em desespero,

Correu além dos montes, dos mares, de tudo...

Tão distante da sua própria fuga,

Onde jamais alcançou refúgio de sua dor,

Somente encontrou a vida que tanto a rejeitou,

Mas a mesma vida, queria apenas aproximar-se dela,

Conhecer aquela figura tão assustada... Amortecer suas dores...

E no toque de suas mãos,

Sentiu que jamais havia perdido as sensações que tanto amava,

Ela fugia de si mesma, pelo medo de amar novamente...

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 31/05/2007
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