bate-me à porta a saudade...

Todas as forças consumi

evoco agora recordações

contemplo ternamente o tempo

de quando te conheci

sinto um leve rubor com a recordação

era tempo terno, tempo de ilusão

agora as recordações já se sobrepõem,

minha expressão já envelhecida

já lhe escapam os traços,

tudo são interrogações e expectavivas

os sorrisos, os passos... que fez o tempo

da minha vida?

Mergulho no passado

docemente recolhida...

Erro ao acaso pelo cais da vida

bate-me à porta a saudade

e num sonho revejo

com felicidade, e súbita

iluminação interior

os melhores tempos, tempos d'amor

meu pensamento voa

levando meus olhos numa aventura

excessiva,

o coração ama,

o sentimento não extinto

porque é amor o que sinto

viva, viva apelando à vida

degrau a degrau me facilite a subida.

meu coração ainda existe

numa teimosa nostalgia

que me ata à vida...

natalia nuno