TOLICES

Pelas curvas da memória,
Contemplo momentos de glória,
De um tempo que era belo,
Eu, menina radiante,
Habitante de um castelo,
Eu, princesa participante,
De um panorama perfeito,
Compartilhando o leito,
Com o príncipe encantado,
O tudo sendo feito,
Como eu (talvez) merecia,
Eu - enredo de uma luzida poesia.
...
Eu, menina-mulher, crescida,
Envolvida pelo real traçado,
Dessa enigmática vida,
Envolvida pelas curvas do tempo presente,
Caminho árduo, sem tangentes,
Homem imperfeito,
Eu, imperfeita,
Ribombados corações,
Alma que se ajeita,
No colo das imperfeiçoes,
E se deixa ir... se deixa levar...
Pelas incertezas de cada dia,
Príncipe, princesa, castelo,
Interminável elo...?
São coisas de minha meninice,
Coisas utópicas, tolices,
Mas, é tão bom relembrar.


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A VIDA ENSINA

 Relembro, sim, com saudade,
o meu tempo de menina,
mas digo, a bem da verdade,
que a vida sempre ensina
a fazer a distinção
entre aquilo que é bom,
e aquilo que é mau.
Assim eu uso esse dom,
e nunca saio do tom,
pois sou pessoa legal.
Acolho as imperfeições
que grassam na humanidade,
porque, sei, nos corações
dorme, plácida, a bondade,
que há de eclodir radiante,
num halo de luz ofuscante
trazendo a felicidade
a todos os povos e nações.
(HLuna)