Aquela menina
Numa infância que passou corri por campos
Brinquei de ser feliz, beijei flores
Fui atrás de coloridas borboletas na casa de meu avô
Comi laranjas açúcar do pé, sonhei em cima das goiabeiras
Criei um mundo particular, criei tantas fantasias
Fui menina cheia de frescura, ao mesmo tempo moleca
Cheia de vontades, de querer soltar-me feito o vento
Brincar, brincar muito, assim eu esquecia
Dentro de casa, era tanto sofrimento, tanta dor
Mas de minha boca, ninguém sabia
Então ia brincar, ver passarinhos no viveiro
Gostava de estar na casa de meus avós que fosse o
tempo inteiro, pois estar lá meu coração pedia
Fui crescendo, adolescência chegando
Alguns prazeres me visitaram, mas também tristes
lembranças
Continuei criança por tanto tempo, não queria crescer
E por muito tempo ainda continuei brincando de ser feliz
Muitas fantasias ainda criava, meu mundo particular
existia muito forte aqui dentro
Fui crescendo, fui vivendo, sofrendo e brincando
Mas sinto que até hoje aquela menina ainda existe
dentro de mim...
Uma menina que desde cedo precisou sonhar para
não desistir de viver!