SAMAVI
Não sei se no colo da minha mãe
Ou se minha mãe a tira colo
Eu cheguei até alI
Mais em busca de estudo
Num tempo que em minha vida
Quem comandava era
A palavra contudo.
E era tudo diferente
O morro do Cuscuzeiro
O Corrente sem corrente
Sem ponte nem passarela
As canoas e as balsas
O Pingo D'água, Santa Clara
A igrejinha no alto, o jacaré
O alto falante falando alto
O cine União, a lama
Eram tudo escolas
Até eu Dú?
Ainda morto de saudades
Morri um pouco mais
Num indo e vindo sem fim
Enquanto os Galhardos
Cuidavam de mim
Com galhardia
E eu buscava, eu amava
Eu queria e sorria
Aprendendo na minha timidez
A entender-me com aquilo lá
Nervoso campo financeiro.
Não vi Eva e nem Dorinha
Mas vi Dilza, Sandra e Núbia
Não vi Zezé e nem Iêdo
Mas vi Haroldo, Flávio e Dái
E tive os Costas para dividir
As saudades que carregava.
Hoje, ao passar por alI
Ainda vejo o rio Corrente
Correndo com as águas que vem
De lá, do meu querer bem
E traz também boas novas
Para a Vitória dessa Santa
Que encerra tudo aqui
Neste nome SAMAVI.
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Salvador-BA, 23/10/2014