Abismo da alma
Sinto-me como se fosse náufraga
Nesse final do dia, em frente ao mar
Admirando o mergulho lento do sol
Que se apaga entre as ondas
Com reflexos de cobre fulgurantes.
Um vento suave, cúmplice do espetáculo,
Sopra partículas de areia sobre mim
Como se fosse uma carícia, como um afago
Um toque trêmulo e tímido de amor,
Então ergue-se, como um véu, a lembrança.
Mas eu vivo o presente... Não conheço o futuro
Não possuo o passado de lagrimas quentes;
Queria voltar naquele tempo...
Quando acreditava nos sonhos e promessas
Mergulhar na minha infância
Quando o meu pensamento
Se dissolvia no meu ser, e o meu ser
No meu pensamento...