Entardecer com os Pardais

Recordo inda do tempo infante

A algazarra à tardinha dos pardais

Revoando em súbitos rasantes

Todos a murmurar seus recitais

Ao tempo pareciam suplicar

Que não deixasse findar o dia

Queriam continuar a voar

Sem o véu da noite que caía

Pela penumbra enfim vencidos

Quedavam silentes afinal

Aguardando o calor vespertino

Para sua revoada matinal

Após muitos anos passados

Revivi este sublime momento

Pasmo fiquei angustiado

Por tê-lo perdido tanto tempo

Então me dei conta que os pardais

Todos dias nos brindam esta beleza

Revoadas, acrobacias, cantos guturais

Perdidos pelo dia a dia e sua correnteza

Hoje espero a calmaria da tarde

Para em silêncio, extasiado apreciar

O doce, majestoso e sonoro alarde

Eu e os pardais à noite a esperar

Dante Trindade
Enviado por Dante Trindade em 14/10/2014
Reeditado em 28/11/2019
Código do texto: T4998606
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.