LEMBRANÇAS
Às noites, sentados na calçada
Da rua de minha infância
Ficaram pra sempre gravadas.
Os mais velhos contavam piadas
A ouvidos ávidos de saber a vida.
Ali um pouco da inocência
Pouco a pouco foi perdida.
Minhas lembranças de criança,
Com quem compartilhar?
Parece até que um vento forte,
Desses de tempestade ou furacão,
Levou todos num segundo
E espalhou pelo mundo,
Pois é função do vento tudo espalhar.
Quem não morreu foi pra longe,
Lugar difícil de encontrar.
Onde andam Bira, Fernando, Elias,
Wallace, Wilson, Evane...
Não encontro, por mais que ande.
Reviver aqueles dias
É demais se desejar?