ALGEMAS
No meio dum deserto sem fim
Caminho por uma longa estrada
Com tantas encruzilhadas
Algemada a recordações que carrego
Prisioneira dum passado sem nexo
Talvez que esse caminho
Seja como uma grilheta enferrujada
Enleada a alguma corrente corroída
Arrastando uma alma amordaçada
Pelas intempéries do tempo na vida
E caminhar pelo mundo é tão frágil e difícil
Como as velhas algemas e seus grilhões
Que aprisionam o fraco poder das ilusões
Em pinceladas de palavras ao acaso
Quando lançadas num mapa inventado
Vou caminhando para alcançar o sonho diverso
Algemada à dor doce e amarga do destino
Como um esboço recortado e no horizonte disperso
Que se vai esfumando na bruma do caminho
Ao longo dum imaginário universo
By@
Anna D’Castro