Escritos de José
Escritos de José
(A Contradição Humana)
Eram todos como olhos famintos
Não podiam sequer fazer escolhas.
Outra densa noite escura que caía,
Sinos prediziam a chegada do mal.
Então todos os homens correram,
Luzes apagadas e sons do silêncio.
Assoprava medonho a última vela,
Apagava ali uma singela esperança.
As crianças foram todas silenciadas,
Lágrimas ensopavam pálidas faces.
Mas o que estava do lado de fora?
Nada além da contradição humana!
Em opressão, alguns não resistiram.
Convictos de existir alguma chance,
Morrendo, mas pegados a própria fé.
Era o inverno mais rigoroso – Inferno.
Nem aves no céu, ou mesmo um som.
Eu tinha apenas páginas em branco...
Tinha um lápis e muitas, muitas palavras.
(Ignorei até mesmo a estética do texto).
Minha visão fraca, perturbado mental.
Só sobrou eu...
Eu sou os restos da humanidade.
A lembrança de um dia antes de ontem,
A história do dia depois de amanhã.
Victor Cartier