poema afogado
há uma navalha cortando o rio
e um trilho sem as bagagens do trem
há um estanque desse alento
uma tortura mórbida, indefinida, à espreita (...]
surgem as ruínas nesse tormento
... um suicídio...
quase. Efêmero [fullgas]
Quime’ era dor... eu nunca senti
atravessou-me como um raio
serpenteou-me às coisas tão náufragas
“donde” parti sem ter me voltado.
margeio-me até esse encontro
ode ao rio e a sua fluidez
num silencioso jaz
torpe, assaz, como a espada
num trágico inominável:
as flores largadas nos trilhos do trem