O Pão Nosso

Cantares pela Seara ecoam,

Dão júbilos à fartura,

São o Povo de outrora,

As Almas que além Tejo povoam,

Saudosas do Sol sentir,

Quente a amadurecer o Pão,

Alimento para o corpo servir,

Cantares e lamentos de então,

Nostalgia saudosa febril,

São espectros deambulantes.

Trigais ao Vento ondulam,

Em uníssono e vigorosos,

Transmitem a calma à Vida,

De todos os que a procuram,

Ávidos de respostas sequiosas,

Eles lá continuarão pacientes,

Enamorados pelo Sol radioso,

Desvendarão o seu segredo,

Em farinha aos presentes,

Famintos no degredo.

E as avezinhas que pululam,

Por ali, por aqui, por aí felizes,

Depenicam o grão tal como,

Os petizes a jogar ao pião.

Serenos e livres vagueiam,

Dormitam à tardinha,

No estio do Verão,

Quentes e inocentes tal como,

O sonhar da ilusão.

Lx, 6-2-2006

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 18/06/2014
Código do texto: T4849487
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