O Pão Nosso
Cantares pela Seara ecoam,
Dão júbilos à fartura,
São o Povo de outrora,
As Almas que além Tejo povoam,
Saudosas do Sol sentir,
Quente a amadurecer o Pão,
Alimento para o corpo servir,
Cantares e lamentos de então,
Nostalgia saudosa febril,
São espectros deambulantes.
Trigais ao Vento ondulam,
Em uníssono e vigorosos,
Transmitem a calma à Vida,
De todos os que a procuram,
Ávidos de respostas sequiosas,
Eles lá continuarão pacientes,
Enamorados pelo Sol radioso,
Desvendarão o seu segredo,
Em farinha aos presentes,
Famintos no degredo.
E as avezinhas que pululam,
Por ali, por aqui, por aí felizes,
Depenicam o grão tal como,
Os petizes a jogar ao pião.
Serenos e livres vagueiam,
Dormitam à tardinha,
No estio do Verão,
Quentes e inocentes tal como,
O sonhar da ilusão.
Lx, 6-2-2006