O Monte da Graça

Subi o Monte da Graça
Não por fé ou devoção
Mas senti imensa paz
Inundar meu coração

Ao pé da cruz, La Pietá
Encheu-me de compaixão
Mas no alto a cruz vazia
Lembrou-me a ressurreição

Na gruta cheia da graça
E das bênçãos de Maria
Eu vi os símbolos da fé
Dos fiéis em romaria

Ao adentrar na capela
Senti-me então abraçado
Pela imagem no altar
Do Cristo ressuscitado

Subi no alto mirante
Pra contemplar a cidade
E rever toda a paisagem
Que lembrava com saudade

Saudade dos belos templos
Do casario, das praças
E senti-me abençoado
Pela Senhora das Graças


Contemplando as chaminés
Enchi-me de nostalgia
De um tempo que eram símbolo
Do poder da economia

Admirei os colégios
Os templos da educação
Que formaram os eruditos
Da Atenas do Sertão(1)

Com o vento frio no rosto
Voltei à realidade
Pois vi também o descaso
Com que trataram a cidade

Ao descer cada degrau
Da enorme escadaria
Eu fiz então uma prece
À Santa Virgem Maria

Nossa Senhora das Graças
Não Sois nossa padroeira
Mas protegei com carinho
Minha querida Pesqueira

1) Atenas do Sertão foi o epíteto que a cidade de Pesqueira/PE recebeu do Cardeal Arcoverde (1º Cardeal da América Latina), filho ilustre da terra, pela sua importância no cenário cultural do Estado de Pernambuco no início do século 19.

Foto by Edmilton Torres
Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 05/04/2014
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T4757382
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