Mão única

E eu, que te apaguei da mente...

Que nem sei mais como lembrar-me de ti

Que desfiz meus sonhos

Que esqueci promessas

De juras eternas que fiz só a mim

Que amarguei saudades

Que sequer podiam ser alardeadas

Em surdos desabafos

Que somente agora, vendo retornadas

As tuas palavras

Vejo o quanto nada significava

E eu, que em minha loucura,

Descabidamente conjecturava

Serem semelhantes os teus sentimentos

Personifiquei o efeito clássico

De uma projeção por deslumbramento

Nem sei o que sentir agora

Curado que fui pelo pior dos remédios:

A abstinência compulsória

Parado pela ausência

Castrado pela negação

Esquecido, ainda que fosse nessa condição

Passada a borracha no papel, agora em branco

Desconectada a tomada de um eletro imaginário

Da estaca zero à estaca zero

Do que nunca houve a uma nova cor

Também incolor?

É natural...

Não posso voltar ao unilateral