O paraíso é aqui, nesta página!
Sais pela beira-mar,
quase flutuas
ao sabor dos ventos
no calor da tarde deserta,
morena quase abduzida
pela abóbada
de intenso azul do Atalaia e Farol Velho,
zebrado aqui e ali
por surreais
nuvens cúmulos-cirrus.
Como sais medicinais,
corpúsculos
milimetricamente triturados
de grãos finíssimos
das areias do Maçarico
acariciam
e aromatizam
tua epiderme em cada poro.
E tu, assim, imerges em mar,
te tornas mar,
sereia pós-moderna,
nortista, amazônida...
Tento seguir teus pés
impressos em baixo relevo
na estrada de areal
que leva em direção às Corvinas,
mas levitas e alças voo
para além dali,
rumo a Mota e Marieta.
Mas, como Apolo do século XXI,
nortista, amazônida, pulo
canoa mágica-imaginária adentro
(buscando-te, Dafne fugidia),
navego pelo éter impávido
e te encontro.
Surpresa: tu agora me beijas.
Pronto: fim do meu conto
de fadas...
O Paraíso é Aqui: nesta página!