TEMPO DE GUAVIRAS

Guaviras grandes, pequenas,

amarelas, peludas, verdinhas

Guaviras... que delícia!

Amarelas, redondas,

redondinhas

Quase transparentes,

Suculentas, saborosas,

Cheirosas, docinhas...

Peludas, rasteirinhas

Verde escura

Não importa

Tudo é doçura

Em mãos prendadas

Sorvete, geléia ou licor

Podem virar

Em outras gostosuras

São transformadas

Em novembro,

Tempo de guavira catar.

No dia tão esperado

A criançada se esparrama,

Se perde nos guavirais

Muita preocupação,

meninas e meninos dão

Aos cuidadosos pais

Mil recomendações

Andar com cuidado

Pelos trilheiros no cerrado

Animais perigosos

Espreitam e se escondem

Se movem camuflados

Esperam passarinho

Sob os galhos do guaviral

Todo cuidado é pouco

Mas, quem se lembra disso?

De tal aventura,

Ninguém quer se privar

Risos, alegria e

Muita sorte, no final

Desde guri, se aprende

Fazer acordo mudo ou verbal

Ó, me avisa, hein?

quando um pé achar...

O grupo se dispersa

Enquanto procura

Uns vão ao norte

Outros ao sul

Mas, quando encontra um pé

Carregadinho de guavira bem graúda e

Madurinha, ele fica quieto,

Bem quietinho

O esperto guri, só um pouco solidário

De barriga cheia,

Já pode gritar

Venham... aqui...

Achei uuuummmm...

Catar guavira é uma festa

Criança levanta cedo

E todos se preparam

Não existe medo

Na cabeça, um boné

Porque o sol castiga

No coração, alegria

Quando é hora de voltar

Todos querem um recipiente

Para levar o excedente

Aos que não puderam

Da aventura participar

Ah, catar guavira,

Quanta alegria

Sob o sol da primavera,

nos verdes campos

ou nos cerrados

Ah, que frutinha saborosa

Tem gosto de alegria

Tem cheiro de meninice

Seu aroma tem poder

Pois nos remete

Às lembranças de um remoto passado

Campo Grande, MS, 14 de Novembro de 2009.

Terezinha Alves Macedo
Enviado por Terezinha Alves Macedo em 08/03/2014
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