Envoltos em Negro
Hoje os vejo assim
Sisudos, envoltos em negro
Me conduzindo sem medo
Aos compromissos que a vida pede
Lembro-me da época que os via desnudos
Alegres e libertos
Nos campos e quintais da infância
Nas brincadeiras que a vida oferece
Aos poucos pude vê-los mudando
Ao colorido da juventude se entregando
Nos bancos escolares, nas festas
Nos momentos da adolescência passando
Hoje me levam sem cor e calados
Muitas vezes pensativos, preocupados
Na profissão e compromissos
Nas responsabilidades da vida madura
Ao baixar a cabeça em reflexão
Pude vê-los e lembrar
Dos campos e quintais da infância
Dos bancos escolares, das festas
Das alegrias e descobertas
Da esperança, da ilusão
Quando era por eles conduzido
Sem responsabilidade, sem pressa
Aonde me levarão agora,
Depois de tanto percorrer ?
Me conduzindo passo a passo
Nas estradas desta vida ?
Aonde me levarão meus pés
Agora envoltos em negro
Absorvidos no acerto e no erro
Nas dúvidas e temores futuros