"QUATORZE PRAS CINCO"
Saíamos por volta das 23 horas,
Já focados em iniciarmos pelas "cervas" e "caiporas",
Um brinde para o esquenta,
Vamos ver até que horas a noite aguenta.
Uma hora depois, alguém perguntava: Que horas são?
Daquele jeito, Alguém respondia: "Quatorze pras cinco!"
A partir daí saíamos com afinco.
Duas horas depois, alguém se manifestava: Que horas são?
"Quatorze pras cinco!"
Nessa hora já tínhamos também tomado um chapinha tinto,
E estávamos discutindo, será que hoje vamos tirar o cinto?
Três horas depois. Que horas são?
"Quatorze pras cinco!"
Mantínhamos nossa obstinação,
E já tínhamos certeza que nossa noite não terminaria em vão!
Quatro horas depois. Que horas são?
"Quatorze pras cinco!"
Perdíamos-nos, mas sempre seguíamos os nossos instintos,
Caçando naquele labirinto.
Cinco horas depois. Que horas são?
"Quatorze pras cinco!"
Alguns se achavam, outros ficavam,
Tudo estava lindo, mas à noite findo.
Seis horas depois. Que horas são?
"Quatorze pras cinco!"
Volta para casa, chegávamos ao nosso recinto,
A chave relutava em abrir o trinco, estávamos famintos,
Nossa mãe acordava e perguntava, tu sabes que horas são?
Autor: Amigão (Nélio Joaquim) - Início dos anos 90.