Éramos dois
Deambulando pelos fragmentos das minhas
lembranças, eu retorno "mentalmente" ao
lugar que o deixei. Revejo-o sentado a
beira de um caminho.
Um caminho sem fim ou sem curvas e o
princípio da história inexistente se faz presente...
Quantos sonhos se perderam ao longo desta
caminhada, quando a ideia inicial era seguir
em frente. Nunca entendi, o porquê ele
entulhou tantos nós no coração, que nem as
próprias mãos soube ou se dispôs a desatar...
Erroneamente pensei ter poder para desatar
esses nós, em quase todas as tentativas
neste sentido, falhei...
Tentando transformar a utopia em realidade,
por um momento sentei-me ao seu lado.
Mesmo no meu imaginário, minha alma inquieta
não me permitiu esperar...
O crepúsculo e o prenúncio da chegada da noite
e o caminho já envolto em sombras, me convida
a continuar. Estendo-lhe a mão para
seguirmos em frente, diante da sua indecisão eu
lhe digo;
As cartas estão na mesa, não há mais nada
a dizer, nenhum ás a mais a jogar.
Não quero mais viver no seu mundo, e
não o quero passeando no meu.
As vezes o principio vira fim, e o fim vira o principio,
Não lamento o que perdi. Não se perde o que nunca se teve.
Mas isto é uma outra história...