A VOZ GRAVE E AGUDA DE UMA SAUDADE

Agora os campos verdes sobre os outeiros de paz já não é mais dor

Mas sim ainda saudades....

Igualmente o vento que não tem cor,

Como em uma flor que não há dor.

Ainda tenho o costume de voltar lá,

Subir o monte dos eucaliptos ,

Onde o barulho dos ventos que passeiam por lá não se calam,

Assim como também, o canto dos pássaros que se espalham compondo a melodia da música,na pauta escrita da minha infância.

Ouço com nitidez as notas suaves e grave do violão celo ,

Uma pausa na estrofe dessa melodia de saudades,transferiu a voz para um violino que melancólico soa a voaz mais suave de minhas saudades .

Então sinto m'alma passear velejando os campos adormecidos de uma paz em, meio ao sentimento de meu coração lavrador camponês , que vai colhendo as saudades , sonolentas como a luz de vela e coloridas como flores dos campos.

Sinto a flecha do arqueiro que atingiu o guerreiro ,seu coração derramou lagrimas rubro , que desfalecendo ainda lembrou do seu amor, seu ultimo amor.

A saudade...

Essa então faz o olhar mais puro , a ver rostos no ar que com a melodia do silêncio, também vão partindo acenando com as mãos uma canção da vida e do amor.

Sinto meu corpo em estado decomposto depois da cremação , em cinzas , pó!

E uma misteriosa mão abrindo os dedos e deixando meu corpo tão leve voar em cinzas ao meio aos ventos .

Um corpo colado e mortal atraído pela gravidade da terra.

Quem disse e quem possa provar?

Que um dia meu corpo em cinzas de pó , em cima desse monte a meio aos ventos e as campinas eu não possa voar.