DESPETALADA

Eu,
    Margarida branca... semi fechada...
   entre as outras flores disfarçada,
   dormitava só,
   contando para mim mesma,
   lindas histórias,
   estórias douradas!

Despertei.
   Tentando aparecer às demais flores,
    levantei timidamente
    e me abri em pétalas,
    para receber o melhor raio de sol...
    para sentir débil fio de luar...
    para reter o orvalho brilhante
                      que me fascina tanto!

Pobre de mim!... Fui apanhada!
    Sem perceber fui   D E S P E T A L A D A.
    Foi cada pétala minha estudada
    (na acuidade de cientistas futuros)!

Examinaram-me as fibras delicadas...
Descobriram minhas nervuras invisíveis...
minha corola foi   D E S P I S T I L A D A...

...  e me deixaram nua,
               entre as demais!



                                                                                             1977
                                                  (Por ocasião de uma Análise Fenomenológica,
                                                    realizada no poema "Contraste", na UFAL-
                                                    - Disciplina :Literatura Alagoana).
    
  
VanePedrosa
Enviado por VanePedrosa em 12/12/2013
Reeditado em 29/12/2013
Código do texto: T4608374
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