Helianthus annuus
Helianthus annuus
Passei em revista, meus dias.
Com intuito de memorias felizes.
Encontrei lembranças suas.
Não imaginava que se mantinham.
E na retina dos meus olhos desfilaram cenas,
De um tempo perdido no tempo.
Não sei se por capricho,
Ou se por mera displicência.
Revi seu sorriso mais belo,
Seu jeito de menina travessa,
Sua áurea de mulher.
O brilho dos teus olhos.
Uma estrela incandescente.
Que outrora iluminou minhas noites mais escuras.
E ao seu tempo, desfez-se, como tudo se desfaz um dia.
Os teus lábios, ah! Teus lábios!
O gosto inconfundível da manga.
Que como criança, saboreia,
sem se atentar do gesto simples,
capaz de despertar os mais íntimos desejos.
Mas que isso fique somente entre nós.
O teu corpo.
De uma geografia particular,
De nuance quase imperceptíveis.
Fonte inesgotável de prazer.
Território por mais explorado,sempre surpreendendo o explorador.
Relevo de saliência evidenciada e moldado pela natureza.
Guardei comigo o seu gosto pelas flores.
Em especial o Girassol.
Que se caracteriza não somente pela beleza,
Mas pela necessidade de um ajustar-se com o outro.
Em vão tentamos vivenciar a experiência dos Girassóis,
Pois o dia de um, era noite interminável do outro.
Dizem que relembrar é sofrer duas vezes.
Eu discordo.
Porque o amor é como algo que se pode pegar.
Concreto.
E o meu sentimento continua aqui, como algo que está nas minhas mãos...
Não me iludo, e tão pouco vanglorio.
Pois todo amor é eterno enquanto dure.