Praça...

Quando o sol forte parte ao meio o dia,

É hora de abrir a porta e deixar ir a agonia...

A vida então entre-aberta começa a fluir,

Em cada esquina uma nova esperança

Que não quer se perder, quer existir...

Nas calçadas banhadas de luz, crianças,

Nos bancos da praça velhos atrás de calor

Se aquecem na tranquilidade do interior...

Flores no canteiro seguem colorindo,

Cães vira-latas nas sombras, dormindo...

Ah... Teatro real revelando o que há na memória,

Em cada ângulo um capítulo velho e novo da história...

Homens de negócios atravessam com passadas apressadas,

Pedintes, sempre os mesmos, contam sua ladainha...

Rapazes passeiam segurando pelas mãos suas namoradas...

Ah, praça... Princesa que nunca está sozinha...

Quantos casamentos tua fonte já presenciou,

Quantos beijos proibidos teu coração não segredou?

Nos teus braços jovens se apaixonaram,

No teu chão lágrimas de saudade já a molharam...

Praça, marco na vida dessa nossa cidade,

Lugar feito de personagens e emoções...

Palco onde representam a dor e a felicidade,

Lugar onde estão minhas melhores recordações...