O BAÚ
Prendada, ela nasceu e cresceu
Com dedos longos e finos, muitos bordados teceu.
Com habilidade usou a tesoura
E lindos modelos criou.
Um velho baú ao pé de sua cama sempre existiu
Herança de sua tataravó
Nele o cheiro de naftalina, afungentou as traças
E sua vida correu meio sem graça.
Muitos sonhos alinhavou
Bordou, costurou, e guardou
No antigo baú
Assim, a vida passou
Mesmo com o dedo protegido pelo dedal
Muitas picadas de agulha tomou
Resignada em nenhuma chorou.
Um dia a morte a levou
E descuidada esqueceu-se do precioso baú
Que ali ficou
Ao pé da cama.
Lá, onde vive hoje
Ela ainda pranteia o enxoval
Que com esmero coseu e bordou.
(Imagem: Lenapena- Album de família)
Prendada, ela nasceu e cresceu
Com dedos longos e finos, muitos bordados teceu.
Com habilidade usou a tesoura
E lindos modelos criou.
Um velho baú ao pé de sua cama sempre existiu
Herança de sua tataravó
Nele o cheiro de naftalina, afungentou as traças
E sua vida correu meio sem graça.
Muitos sonhos alinhavou
Bordou, costurou, e guardou
No antigo baú
Assim, a vida passou
Mesmo com o dedo protegido pelo dedal
Muitas picadas de agulha tomou
Resignada em nenhuma chorou.
Um dia a morte a levou
E descuidada esqueceu-se do precioso baú
Que ali ficou
Ao pé da cama.
Lá, onde vive hoje
Ela ainda pranteia o enxoval
Que com esmero coseu e bordou.
(Imagem: Lenapena- Album de família)