Ode à infância
Oh juventude querida, tão bela, atraída
Olhares trocados, beijos molhados
Cartas recebidas, paixões ressentidas
Mocidade aguardada, liberdade ansiada
Prazeres degustados, tudo experimentado
Ah o viver, brindar, brincar, sorrir
Oh juventude querida, tão desejada por mim
A opulência da fase adulta, adúltera
Sonhos rompidos, esperanças irrompidas
Amores são perpetuados, rugas também
Viúvas, infartes, bares, cupidos desempregados
Todos num só lugar, a porta dos fundos
A velhice vem aí, resmungo de novo
Oh juventude querida, tão longe de mim
Rugas no rosto, rotina, vividez só em sonho mesmo
Me sinto esclerosado, rígido, maltrapilho
Já fui um corpo sarado, broto, brotinho
Oh turbilhão grisalho, porquê denuncias
O peso dos cabelos brancos, que ousadia
Pensar que já foste fruto de pura lascívia
Hoje, sonhas perdido, oh! Asilo de mim
Oh corpo lânguido, fétido, pesado
Porquê não sai de mim, idade maldita
Gabriel Amorim 07/05/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/