CANETA-TINTEIRO
Velha caneta de tinta molhada,
Até que enfim reencontrei-te aqui;
Há tanto tempo estiveste guardada
E aguardando eu me lembrar de ti.
Foi minha culpa e só porque cresci
Nos despedimos numa encruzilhada;
Longos caminhos então percorri,
Sabendo agora que errei a estrada.
Escreveste-me uma frase sucinta:
O céu é cor de rosa, na verdade,
E não azul como a ele se pinta.
Meu papel é igual ao teu, nesta idade:
Enquanto vertes nele tua tinta,
No chão derramo pranto de saudade.