Silhueta

Ao longe na linha do horizonte, sempre...

Tua silhueta importuna minha mente!

Zomba do meu sangue quente

Em gestos frios... Como se fosse gente.

Tomo meu café gelado e amargo...

Do meu lado escuto teus passos largos

Preocupo-me com o toque e espasmos

De uma presença de mágoas.

Lembro do chocolate na camisa branca

E me ponho de volta ao arcabouço

Onde minhas mãos em tuas ancas

Nos levou ao fundo daquele poço.

E pouco a pouco em rapidez lenta

O inevitável aconteceu em meio a penumbra

Tal qual uma represa que se arrebenta

Perdi... A conquista que me deslumbra.

Agora vago nos teus rastros do passado

Buscando contentamentos e afagos

Vivendo sozinho e abandonado.

Lamentando o excesso de companhia e pena

Tentando construir novamente as cenas

De tua linda silhueta que me acena.

Bezerra Neto
Enviado por Bezerra Neto em 27/08/2013
Código do texto: T4453730
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