COMO NÁUFRAGO...
Sutilmente adentraste em minha vida...
E eu, jovem ainda e sonhadora,
Desiludida e desencantada da vida,
Vi em você um “anjo salvador...”
Qual náufrago em alto mar,
Agarrado a única tábua existente
Agarrei-me a ti com o desespero,
De quem já não mais acreditava em nada...
Presença errada, no momento errado...
A dar a mão a uma moribunda...
Por traz de tão gesto nobre pairava,
A esperteza do lobo, a astúcia...
Desmoronando foram os meus castelos...
Sendo atingidos por fortes furacões,
Nada restando... Nem pedra sobre pedra,
Atingida em cheio fui, pela devastação!
Reergui-me debaixo dos escombros...
Tarefa difícil, inenarrável!
Arrastando-me qual farrapo humano,
Recomecei do nada...