MAIS QUE SAUDADE ME DAR
Quando passo, pela avenida.
Onde ela habitava
Que nostalgia me dar
O coração bate intenso
Duas lagrimas, corre em minha face.
Fazendo-me rememorar
Daquele, bangaló de dois andares.
Estilo colonial. Pintado de amarelo
Janelas, de madeira de jacarandá roxo.
Trabalhada em desenhos gênias
Lembro-me das belas madeixas
Uma flor de graxa do lado esquerdo
Vestido de chita. Abaixo do joelho
Quando eu passava ela ria.
Complementava-me com aceno de mão
Eu respondia com uns beijos
Trinta e poucos anos se passaram
Tudo mudou o bangaló foi demolido
No seu lugar foi edificado um hospital
Quando passo, tomo susto.
Com maravilha. Que vejo
O pé de graxa vermelho.
Onde colheu a flor que usava
E na sacada, do hospital
Vejo a janela do bangaló amarelo
Onde ela alegremente ria. Para mim
Que saudade. Dar-me
Mais, que saudade me dar.
Essa bela donzela. Sem nome
Que uma inconstância da vida.
A morte o levou. para um outro andar.