LEMBRANÇAS:
LEMBRANÇAS:
Lembranças, de um tempo passado quando os ponteiros do relógio pareciam que andavam mais devagar,
Lembranças de uma infância cheias de descobertas,
A cada dia vivido,
Lembranças de jogos de botões sobre a calçada,
Como fala a musica de Ataulvo Alves,
Os jogos de bola de meia,
Os filmes seriados das tardes de domingo,
No velho cinema do bairro,
Os primeiros olhares,
A menina da janela em frente,
As quermesses na paroquia no pátio da pequena igreja,
A ida a praia no verão,
As viagens de trem Maria Fumaça,
A macarronada de domingo, na casa dos avós,
A Primalhada, fazendo algazarra,
As brincadeiras de roda, com a turma da rua,
As tardes de inverno, acompanhadas por bolinhos de chuva,
O tempo passando,
A adolescência chegando,
Outros interesses a buscar,
O primeiro amor, suas alegrias e dores,
As conquistas e as perdas,
Realizações e frustrações,
Amadurecimento, seguir em frente,
Tempos de lutas,
O apito da fabrica de conservas a me chamar pra labuta,
A consciência a despertar, os primeiros embates de classes,
O proletariado a sonhar com a sociedade justa,
Nos campos começava o grito dolorido da terra,
As mãos calejadas, dos operários e camponeses,
Serravam os punhos a exigir liberdades e direitos,
Marxistas e cristão comungavam da mesma esperança,
Mas os poderosos, apenas espreitavam e manipulavam as massas,
Assim o tempo passava, o nazi fascismo havia sido vencido,
Outras ideologias surgiam, as esperanças eram renovadas,
Minhas utopias sempre renasciam igual Fênix,
Meu tempo ia passando,
Eu vivendo e acreditando,
Sempre tentando, buscando,
E quando o derradeiro dia chegar,
Ficara apenas uma certeza,
Vivi plenamente,
Minhas desilusões e amores,
Minhas verdades,
Minhas dores e saudades,
E sou simplesmente,
Mais um viajante, desta nave chamada Terra,
Onde os homens de boa vontade,
Farão valer suas humanidades,
E um dia quem sabe,
Serão os timoneiros.
A conduzir sua própria história.
Valmirolino.